sábado, 1 de maio de 2010

Projeto Wangari Maathai vai incentivar o plantio de árvores em Toledo




O município de Toledo quer reparar em um dia o que foi retirado da natureza em um ano. A meta foi estabelecida na terça-feira, 22, no lançamento do projeto Wangari Maathai, uma iniciativa conjunta do projeto Florir Toledo e do Ministério Público. O lançamento foi feito na sede do Ministério Público, com a participação de representantes de todos os parceiros. O projeto consiste no plantio de árvores pelos integrantes do Projeto Florir Toledo, juntamente com representantes dos parceiros, equivalente ao consumo de papel durante o ano. Um levantamento feito pelos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público da Comarca de Toledo mostrou que foram consumidas durante o ano 5,3 milhões de folhas de papel, o que corresponde a 604 árvores cortadas. Este volume será plantado na sexta-feira, 25, às 9h, no Parque Sônia Alves, no Jardim César Park, às margens do Rio Toledo. Outro plantio deverá ser realizado em outubro, envolvendo a Associação Comercial e Empresarial de Toledo. Serão plantadas 3 mil árvores, considerando uma estimativa de consumo de papel equivalente a duas árvores por sócio da entidade. Serão plantadas espécies nativas, cultivadas nos viveiros do município e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), em locais a serem definidos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
No lançamento do projeto, o promotor do Meio Ambiente, Giovani Ferri, elogiou o programa Florir Toledo e pediu ao município que fosse ampliado, contemplando mais jovens, pelos benefícios que ele traz à sociedade na conscientização ambiental e redução de riscos de infração dos jovens. “O Florir Toledo faz um trabalho excepcional. São 40 meninos e meninas que realizam atividades no contraturno escolar e que estão sendo tiradas dos riscos do aliciamento do tráfico de drogas”, observou o promotor, recomendando que o Executivo avalie as possibilidades de ampliação do projeto. Hoje, o município mantém 40 jovens no projeto, participando de atividades profissionalizantes na área ambiental e de formação humana. Cada um recebe uma bolsa mensal equivalente a R$ 100,00.
O prefeito de Toledo, José Carlos Schiavinato, destacou a importância do projeto lançado na terça-feira e fez um relato breve do programa Florir Toledo, que já contou com o apoio da iniciativa privada para fornecimento da bolsa mensal, hoje arcada integralmente pelo município. O programa oferece atendimento com psicólogo, assistente social, entre outros, utilizando a estrutura do município e parcerias com universidades.
Schiavinato destacou a importância da prevenção e comparou com os elevados custos na recuperação, como os investimentos feitos nos programas CAPS Álcool e Drogas (CAPS AD). O município investe mensalmente R$ 40 mil para o tratamento de pacientes com estes problemas. Segundo o prefeito, nos dois Centros da Juventude previstos para Toledo, programas como o Florir Toledo serão fundamentais para atendimento dos adolescentes, contribuindo assim para um futuro melhor para os novos jovens e ganhos para a sociedade em geral.

A diretora da Comarca de Toledo, Luciana Lopes do Amaral Beal, também destacou a importância da prevenção, embora seja necessário também trabalhar com a repressão. “Quanto maiores os investimentos em prevenção, menor será o índice de criminalidade no futuro”, disse. Para ela é necessário focar a origem dos problemas, investindo mais na prevenção, em detrimento da construção de mais cadeias públicas. “Quanto mais cadeias, mais presos teremos. Este não é o caminho”, disse ela, ressaltando a importância de ver a origem dos problemas, dando uma atenção maior às crianças e jovens, futuro do amanhã.
Demais participantes elogiaram o projeto, manifestaram o interesse de participar como parceiros e o compromisso de reduzir o consumo de papel, evitando assim o corte de mais árvores. Foi destacado também a importância de definir uma área específica, visando a formação futura de parques ambientais, integrados ao desenvolvimento da cidade.


Projeto homenageia vencedora de Prêmio Nobel em 2004


O projeto foi denominado Wangari Naathai, numa referência à queniana do mesmo nome, vencedora do prêmio Nobel da Paz de 2004, primeiro título recebido por uma mulher em todo o continente africano. Ela criou no Quênia um movimento de mulheres para plantar árvores e colher paz nas regiões os conflitos humanos são agravados pela destruição ambiental. Na África, a árvore é um símbolo da paz. Em diversas comunidades, ainda sobrevive a uma tradição antiga que diz que quando há conflito, a pessoa mais velha planta uma árvore entre os dois lados em disputa. Este cerimonial sinaliza o início da reconciliação entre as partes. Foi desta herança cultural – ecológica e pacifista – que nasceu a inspiração para Wangari Maathai iniciar no Quênia, em 1977, o Movimento Cinturão Verde, que resultou no plantio de mais de 30 milhões de árvores em duas décadas (1977 a 2007). Um ano antes de receber o prêmio Nobel, Wangari foi nomeada ministra do Meio Ambiente do Quênia, posto jamais alcançado por uma mulher naquele país.

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